Num dia de chuva às 6 h da
manhã, uma menina com os cabelos pretos e longos, rosto arredondado, olhos
puxados e uma grande doçura no coração, que se chamava Marcelina, estava indo
para a escola do bairro, quando viu uma boneca, linda, com os cabelos castanhos
e um vestido colorido, na vitrine de uma loja.
Ao chegar à escola,
Marcelina contou para todas as suas amigas, principalmente para Rafaela que era
uma menina muito legal, inteligente e engraçada de cabelos castanhos e pele
clara, Marcelina, percebeu que uma de suas amigas, Julia estava triste. Julia
era uma menina humilde, gentil, bonita e bem pobre, não poderia comprar a bela boneca
Trimininim.
_ Vamos bateu o sinal! _ disse
Julia.
Na hora da saída da escola,
Marcelina foi direto à loja onde estava a boneca, entrou e perguntou:
_ Quanto custa essa boneca
da vitrine?
_ R$ 50,99.
_ A senhora pode dar um
desconto?
_ Sim, R$ 48,00 à vista.
_ Tudo bem, muito obrigada,
voltarei mais tarde.
Marcelina foi embora feliz e
pediu para sua mãe Raquel comprar duas bonecas, Raquel tinha 25 anos era bonita
e tinha um bom coração.
_ Quanto custa?
_ R$48,00.
_ Mas por que você quer
comprar duas?
_ É que uma eu quero dar
para minha amiga Julia, ela está muito triste, por não poder comprar aquela boneca.
_ Tudo bem, mas terá que
juntar meu dinheiro com sua mesada!
_ Tudo bem!
Naquela tarde Marcelina
pegou o dinheiro e foi comprar as bonecas. Ao voltar para casa viu um homem
estranho, barbudo, com os olhos revirados carregando um saco preto, ficou com
medo e correu para casa. No outro dia, Marcelina entregou uma das bonecas para
Julia, Rafaela não gostou nada daquilo e disse:
_ Não sou mais sua amiga,
estou de mal com você Marcelina, vai ver o que vai te acontecer!
Nenhuma das meninas disse
nada, mas ficaram chateadas com a irritação de Rafaela.
A noite, na casa de
Marcelina, quando sua família estava jantando, a luz começou a piscar e a
boneca nova apareceu com uma faca na mão toda ensanguentada, todos correram
para casa de dona Maria Lúcia, a vizinha, uma velha de cabelos esbranquiçados,
de lá eles ligaram para o detetive Edivaldo:
_ Alô! Alô! _ disse Raquel,
que estava com muito medo.
_ Alô!
_ Você pode vir na casa
número 50 na Rua Garcia Braga?
_ Sim, daqui a pouco estarei
ai!
Meia hora depois o detetive
Edivaldo chegou e viu aquela família toda tremendo de medo e perguntou:
_ O que houve?
A família esclareceu tudo. O
detetive então, perguntou à Marcelina:
_ Você suspeita de alguém?
_ Bem, a Rafa está de mal
comigo, por ter dado a boneca para Julia, será que foi ela?
_ Eu não sei, será?_ disse
Raquel.
_ Temos que investigar. _ disse
o detetive.
_ Você viu alguém estranho
por estes dias?
_ Deixe-me pensar! Ah! Sim,
me lembro de ter visto um velho barbudo, com olhos revirados, carregando um
saco preto.
O detetive anotou tudo em
sua caderneta, já era meia noite e o detetive foi embora, a família de
Marcelina passou a noite na casa da vizinha.
No outro dia bem cedinho o
detetive voltou à casa de Dona Maria Lúcia e disse:
_ Raquel, pode me dar a
chave de sua casa?
_ Pegue, mas cuidado, aquela
boneca não é do bem!
O detetive pensou um pouco,
entrou na casa, desligou a eletricidade e com seus passos silenciosos, foi
direto à sala de estar, lá viu a tal boneca, deitada no chão com a faca ensanguentada
na mão, de repente, Edivaldo ouviu um grito:
_ Venha cá, corra! _disse
Raquel.
O detetive saiu da casa correndo
e foi onde Raquel estava, ela cochichou:
_ Olha, é aquele velho que
minha filha viu!
_ Marcelina! _ chamou
Edivaldo.
Marcelina veio correndo e o detetive
disse:
_ Vá na casa de Rafaela e
tente descobrir algo sobre isso.
Marcelina foi à casa de
Rafaela e a encontrou no portão:
_ Oi, Rafa!
_ Por que você está aqui?
_ Para lhe fazer companhia.
_ Então, você pode ir
embora.
_ Não, antes, de lhe perguntar
uma coisa.
_ O quê?
_ Você sabe algo sobre a
boneca Trimininim?
_ A única coisa que sei, é
que você deu uma boneca para a Julia, mas eu não queria uma daquela, já tenho
uma, e eu com aquela mania de desmontar coisas, achei um controle remoto do mal
dentro dela, e como não sou boba mudei para o bem. Mas, quando deu a boneca
para Julia, fiquei com raiva e não te contei sobre isso.
_ Ah! Mas valeu por me falar
agora.
Chegando à casa de Dona
Maria Lúcia, encontrou a mãe e o detetive, e disse:
_ Gravei toda a conversa no
meu celular, ouçam.
Ouviram tudo e o detetive
disse:
_ Muito bem!
_ Vamos seguir o velho. _disse
Marcelina.
Eles seguiram o velho e
Marcelina disse:
_ Olha! Ele entrou pelos
fundos da loja e está tirando o controle remoto de dentro do saco!
_ Venham comigo. _disse
Edivaldo.
Eles foram pertinho do velho, Edivaldo
estava armado e disse:
_ Mãos para cima!
O velho ergueu as mãos, o detetive o
imobilizou e colocou as algemas, todos foram para a delegacia.
_ Senhor delegado, foi ele quem
colocou os controles remotos nas bonecas.
_ E você tem provas?
_ Sim, olha esse saco cheio de
controles remotos.
_ Tá bom, eu confesso, fiz isso para
que a filha do prefeito comprasse uma daquelas bonecas, assim, a boneca mataria
o prefeito e eu assumiria o lugar dele. Todos ficaram impressionados com o
disfarce que o vice-prefeito havia conseguido.
Então, o vice-prefeito foi preso,
Marcelina e sua mãe foram embora, quando chegaram em casa, Rafaela estava
esperando e conseguiu mudar a boneca para o bem novamente. E elas continuaram
boas amigas.
Autora: Rafaela Padilha
Simirio.
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