segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

A tal boneca

           Num dia de chuva às 6 h da manhã, uma menina com os cabelos pretos e longos, rosto arredondado, olhos puxados e uma grande doçura no coração, que se chamava Marcelina, estava indo para a escola do bairro, quando viu uma boneca, linda, com os cabelos castanhos e um vestido colorido, na vitrine de uma loja.
Ao chegar à escola, Marcelina contou para todas as suas amigas, principalmente para Rafaela que era uma menina muito legal, inteligente e engraçada de cabelos castanhos e pele clara, Marcelina, percebeu que uma de suas amigas, Julia estava triste. Julia era uma menina humilde, gentil, bonita e bem pobre, não poderia comprar a bela boneca Trimininim.
_ Vamos bateu o sinal! _ disse Julia.
Na hora da saída da escola, Marcelina foi direto à loja onde estava a boneca, entrou e perguntou:
_ Quanto custa essa boneca da vitrine?
_ R$ 50,99.
_ A senhora pode dar um desconto?
_ Sim, R$ 48,00 à vista.
_ Tudo bem, muito obrigada, voltarei mais tarde.
Marcelina foi embora feliz e pediu para sua mãe Raquel comprar duas bonecas, Raquel tinha 25 anos era bonita e tinha um bom coração.
_ Quanto custa?
_ R$48,00.
_ Mas por que você quer comprar duas?
_ É que uma eu quero dar para minha amiga Julia, ela está muito triste, por não poder comprar aquela boneca.
_ Tudo bem, mas terá que juntar meu dinheiro com sua mesada!
_ Tudo bem!
Naquela tarde Marcelina pegou o dinheiro e foi comprar as bonecas. Ao voltar para casa viu um homem estranho, barbudo, com os olhos revirados carregando um saco preto, ficou com medo e correu para casa. No outro dia, Marcelina entregou uma das bonecas para Julia, Rafaela não gostou nada daquilo e disse:
_ Não sou mais sua amiga, estou de mal com você Marcelina, vai ver o que vai te acontecer!
Nenhuma das meninas disse nada, mas ficaram chateadas com a irritação de Rafaela.
A noite, na casa de Marcelina, quando sua família estava jantando, a luz começou a piscar e a boneca nova apareceu com uma faca na mão toda ensanguentada, todos correram para casa de dona Maria Lúcia, a vizinha, uma velha de cabelos esbranquiçados, de lá eles ligaram para o detetive Edivaldo:
_ Alô! Alô! _ disse Raquel, que estava com muito medo.
_ Alô!
_ Você pode vir na casa número 50 na Rua Garcia Braga?
_ Sim, daqui a pouco estarei ai!
Meia hora depois o detetive Edivaldo chegou e viu aquela família toda tremendo de medo e perguntou:
_ O que houve?
A família esclareceu tudo. O detetive então, perguntou à Marcelina:
_ Você suspeita de alguém?
_ Bem, a Rafa está de mal comigo, por ter dado a boneca para Julia, será que foi ela?
_ Eu não sei, será?_ disse Raquel.
_ Temos que investigar. _ disse o detetive.
_ Você viu alguém estranho por estes dias?
_ Deixe-me pensar! Ah! Sim, me lembro de ter visto um velho barbudo, com olhos revirados, carregando um saco preto.
O detetive anotou tudo em sua caderneta, já era meia noite e o detetive foi embora, a família de Marcelina passou a noite na casa da vizinha.
No outro dia bem cedinho o detetive voltou à casa de Dona Maria Lúcia e disse:
_ Raquel, pode me dar a chave de sua casa?
_ Pegue, mas cuidado, aquela boneca não é do bem!
O detetive pensou um pouco, entrou na casa, desligou a eletricidade e com seus passos silenciosos, foi direto à sala de estar, lá viu a tal boneca, deitada no chão com a faca ensanguentada na mão, de repente, Edivaldo ouviu um grito:
_ Venha cá, corra! _disse Raquel.
O detetive saiu da casa correndo e foi onde Raquel estava, ela cochichou:
_ Olha, é aquele velho que minha filha viu!
_ Marcelina! _ chamou Edivaldo.
Marcelina veio correndo e o detetive disse:
_ Vá na casa de Rafaela e tente descobrir algo sobre isso.
Marcelina foi à casa de Rafaela e a encontrou no portão:
_ Oi, Rafa!
_ Por que você está aqui?
_ Para lhe fazer companhia.
_ Então, você pode ir embora.
_ Não, antes, de lhe perguntar uma coisa.
_ O quê?
_ Você sabe algo sobre a boneca Trimininim?
_ A única coisa que sei, é que você deu uma boneca para a Julia, mas eu não queria uma daquela, já tenho uma, e eu com aquela mania de desmontar coisas, achei um controle remoto do mal dentro dela, e como não sou boba mudei para o bem. Mas, quando deu a boneca para Julia, fiquei com raiva e não te contei sobre isso.
_ Ah! Mas valeu por me falar agora.
Chegando à casa de Dona Maria Lúcia, encontrou a mãe e o detetive, e disse:
_ Gravei toda a conversa no meu celular, ouçam.
Ouviram tudo e o detetive disse:
_ Muito bem!
_ Vamos seguir o velho. _disse Marcelina.
Eles seguiram o velho e Marcelina disse:
_ Olha! Ele entrou pelos fundos da loja e está tirando o controle remoto de dentro do saco!
_ Venham comigo. _disse Edivaldo.
          Eles foram pertinho do velho, Edivaldo estava armado e disse:
          _ Mãos para cima!
          O velho ergueu as mãos, o detetive o imobilizou e colocou as algemas, todos foram para a delegacia.
          _ Senhor delegado, foi ele quem colocou os controles remotos nas bonecas.
         _ E você tem provas?
         _ Sim, olha esse saco cheio de controles remotos.
          _ Tá bom, eu confesso, fiz isso para que a filha do prefeito comprasse uma daquelas bonecas, assim, a boneca mataria o prefeito e eu assumiria o lugar dele. Todos ficaram impressionados com o disfarce que o vice-prefeito havia conseguido.
          Então, o vice-prefeito foi preso, Marcelina e sua mãe foram embora, quando chegaram em casa, Rafaela estava esperando e conseguiu mudar a boneca para o bem novamente. E elas continuaram boas amigas.



Autora: Rafaela Padilha Simirio.

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